https://andreiapmorais.blogspot.com/2023/11/alma-lusitana-deste-silencio-em-mim-rui.html
Andreia Morais escreveu:
«Quantos silêncios e quantos sonhos cabem no peito de um homem?»
Gatilhos: Morte, Luto, Suicídio
O silêncio é uma linguagem com imensas camadas. Naquilo que não é dito, podem ser criadas feridas, ausências, dores e distância; pode florescer desentendimento e interpretações ambíguas. No livro de Rui Conceição Silva, estas noções são todas exploradas, porque todos nós temos muitos silêncios a embalar-nos.
SOLIDÃO EM TODOS OS LUGARES
O ritmo desta narrativa é mais lento, como se nos convidasse a parar, a desfrutar da pacatez da aldeia e da beleza mundana dos dias. Embora seja grande o contraste, porque nos parece que há falta de ambição, é importante compreender o contexto e acho que a forma como a narrativa está estruturada nos leva a isso, porque nada é apressado, porque, de repente, é como se estivéssemos na Sobreira dos Montes, a vivenciar as dificuldades daquelas pessoas e a necessidade constante de fazer pela vida; onde os sonhos são silenciados, porque é preciso pôr comida na mesa.
«E quisemos tanto o seu abraço. Um abraço sentido e redentor»
«Ciente desse amor, fui-me mentalizando de que a última canção nunca pode ser de saudade»
Deste Silêncio em Mim é feito de lendas, de crenças e de amor. Com um retrato intimista, relembra-nos da importância do perdão, das origens e do que é essencial. No fundo, convida-nos a revisitar a criança que fomos e a encontrar a nossa paz. Rodrigo viveu sempre a tentar reencontrar-se, por esse motivo, acho que permanece uma pergunta: mesmo que cesse o som, a comunicação, estaremos em silêncio total?
* Música para acompanhar: Pedra Filosofal, Manuel Freire *
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