domingo, 5 de outubro de 2025

Bonita opinião da leitora Isabel no grupo Livros/Sobre Livros , do facebook

Isabel Duarte Pires escreveu:
Este livro conta a história de Rodrigo, que cresce com os pais, os irmãos e o avô numa velha cabana na montanha. Vive num ambiente de escassez, sem conforto, marcado por um isolamento quase forçado. O pai dá-lhe a oportunidade de estudar, sendo o único da família a aprender a ler. Após concluir a quarta classe, começa a ensinar-lhe a atividade de pastor, que Rodrigo mais tarde assume sozinho.
A morte do filho mais velho na guerra da Guiné transforma profundamente o pai, mergulhando-o num silêncio que se torna, nesta família, uma forma de vida quase hereditária. Só o avô Josué, apelidado “Celtibero”, consegue trazer alguma alegria a Rodrigo. É uma personagem peculiar, que fala com as árvores, toca flauta e atrai os pássaros com a sua música.
Após a morte do avô, Rodrigo decide abandonar aquela vida e procurar um destino diferente na cidade. Numa madrugada, sai sem se despedir da família, em busca de novas experiências e caminhos.
O livro é profundamente melancólico, onde o silêncio se torna uma personagem. Há o silêncio da montanha, da perda e da própria solidão interior; há o silêncio na família, fruto da incapacidade de exprimir sentimentos, o que só acentua a mágoa. Cada um guarda a sua dor como se falar fosse uma traição, como se o amor, o luto ou a saudade só pudessem existir em segredo. Sentir, nesse mundo, é algo que não se diz.
Apesar de tudo, Deste Silêncio em Mim também nos fala de sonhos, da força dos ancestrais, do poder da amizade e do valor das pequenas coisas. É uma obra que nos confronta com o lado duro da vida — a solidão, a saudade — mas sem nunca perder a delicadeza e a beleza das pequenas alegrias que nos sustentam.
"Ao ver-me naquela abundância de paz e silêncio, quis resistir ao chamamento das árvores e dos montes, dizendo a mim mesmo que eu era agora um homem da cidade. Mas dentro de mim, ainda vivia a alma dos antigos, que sempre me lembrava a minha essência, de simples coração desejoso de regresso a um mundo que nunca se despedira de mim."
Gostei muito ✨

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Bonita opinião de livros plantas chá, no instagram

livrosplantascha escreveu:

Em plena aldeia portuguesa dos anos 40, Estrela, uma jovem professora, cria uma amizade inesperada com Teotónia, uma menina de família pobre, num tempo marcado pela dureza da vida. 

Entre afetos e descobertas, a história revela a ternura escondida nas pessoas simples e presta homenagem às infâncias austeras de outrora.

📚 Há livros que nos prendem pela escrita, outros pelas personagens. Neste caso, foi a Teotónia que me agarrou desde o primeiro instante. ❤️ Tão terna, tão humana, que me deixou o coração apertado logo nas primeiras páginas. A cada capítulo, sentia uma vontade imensa de mergulhar no livro, de a ir buscar, de a proteger do mundo à sua volta.

📚 Rui Conceição Silva constrói uma narrativa que nos transporta ao Portugal rural, onde encontramos a pobreza, a violência e a injustiça em cada recanto. Ler este livro foi, para mim, como ouvir as histórias da minha avó sobre “o antigamente”, quando a miséria era tanta e a vida no campo se confundia com escravidão.

📚 A relação entre a Teotónia e a professora é um dos pontos mais bonitos da obra. A professora vem de fora, de um mundo à parte, mas ali nasce uma amizade improvável, feita de empatia.

📚 Li este livro devagar, sem pressa. Não queria que acabasse, não queria despedir-me da Teotónia nem das outras personagens. Fiz pausas, engoli em seco, porque há verdades neste livro que custam a acreditar.

📚 Árvores Tombadas é um livro duro, sim, mas também necessário. Faz-nos pensar em como era a vida noutros tempos e, quem ouviu as histórias dos avós, vai inevitavelmente rever-se nelas. Imaginar-me a viver assim? Não… talvez sejamos demasiado ingénuos ou frágeis para tal. Não é um livro para lermos depressa e esquecermos. É para ficar a ecoar, para nos fazer sentir, pensar e dar voz a quem tantas vezes foi silenciado.

Teotónia, minha querida Teotónia. ❤️

Escrevi a minha opinião com lágrimas nos olhos. Impossível ficar indiferente.

Obrigada @rui_conceicao_silva por este livro 🫂

⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️/5

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Bonita opinião do leitor Nuno, no goodreads

Nuno Avelar escreveu:

Uma boa descoberta. 
Fiquei assoberbado de natureza, família, amor e vidas simples, rurais, que infelizmente extinguem-se num ritmo assustador.

Prosa bem cuidada, com veios poéticos, para ser lida de forma lenta, combinando com as personagens.

Autor que merece mais conhecimento e despertou-me interesse por outras obras.

⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️5

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Bonita opinião da leitora marciaemlisboa, no instagram

Márcia escreveu:

“Árvores Tombadas”, de Rui Conceição Silva, publicado pela Visgarolho Editora, conta a história de Estrela, uma professora da cidade que vai lecionar numa aldeia, onde desenvolve uma bonita amizade com Teotónia, uma menina muito especial, presa numa terra pequena demais, com uma família que enfrenta as adversidades da vida diariamente.

O livro nos fala sobre a fome, a falta de estudo, sobre violência doméstica, pobreza e injustiça, assuntos tão presentes no Portugal profundo dos anos 40, mas também fala sobre amor, amizade, lealdade, esperança, sobre gente rija.

Viajei calmamente pela aldeia, por seus habitantes. Já tenho saudades do Gregório, da viúva, do Ramiro, da Ritinha, Estrela, Ricardo, do Carapau, Tonito, Ermelinda.

Esta “é uma história de pessoas simples, que tentam encontrar nas palavras e na amizade um consolo para a dureza da vida. Também uma homenagem aos nossos avós e bisavós, cujas meninices foram austeras e sofridas, numa época em que a infância convivia com a dureza da subsistência.”

O meu Carapau (Orfeu) quis aparecer na foto😼