quinta-feira, 17 de julho de 2014

A chuva entristece as noites do silêncio


A chuva entristece as noites do silêncio,
e o mundo lá vai nos seus automóveis.
Procuro em mim uma qualquer explicação,
trago-te no silêncio, na solidão.

Olhando através dos céus
nada fazemos senão esperar
que nele passem os anjos.

Oh duro coração,
será tão difícil acreditar?
Oh duro coração,
queres ou não tentar?
É tempo de acabar com a solidão.

Os teus olhos doces
vêm-me desequilibrar.
Sinais no coração,
é já tarde para escapar.

Há formas de estações
que eu descubro sem saber,
lugares onde um dia
gostava de morrer.

Oh duro coração,
toda a gente se cansa um dia,
de correr sem destino
pelas noites do silêncio,
até descobrir a madrugada.

E a todas as noites
sucede o nascer do sol.
O puzzle completa-se
quando os olhos se encontram.
Dizes-me tudo o que se pode dizer num olhar.
Agora sei onde o Sol se esconde.

Oh duro coração,
ainda bem que vieste,
dizer em segredo: «não fiques triste»,
e que eu também posso amar.

Mas a chuva entristece as noites do silêncio.
Sim,
a chuva entristece as noites do silêncio.

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