domingo, 20 de junho de 2021

Linda opinião da leitora Sandra, no Facebook

 Sandra Soares escreveu:

Há tantos anos com o "Dei o Teu Nome Às Estrelas" na estante e sem fazer a menor ideia de que era um livro fabuloso.
Adorei e recomendo. Acredite que me fez pensar nas "Viagens na Minha Terra", "No Amor de Perdição", "Nos Maias"... 
As suas descrições são fantásticas. O amor e a amizade, valores cada vez mais escassos na sociedade dos nossos dias, são soberbamente aprofundados neste livro. Foi impressionante como conseguiu agarrar-me com a sua forma de escrita, adequadíssima à época a que se reporta a historia. 
E lá fiquei eu com curiosidade de conhecer Figueiró dos Vinhos e de ler o seu outro livro.
Obrigada.

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Uma bela opinião do blogue de referência "As Leituras da Fernanda"

 https://as-leituras-da-fernanda.blogspot.com/2021/06/opiniao-deste-silencio-em-mim-de-rui.html

Dos três livros que já li deste autor, "Deste Silêncio em Mim" é capaz de ser o mais intimista. Não sei se a história se baseia na vida de alguém próximo do autor, quiçá o próprio, mas tem de certeza muitos pedaços de verdade. É que ao ler esta história somos arrastados para um tempo e um lugar, que só com conhecimento de causa se poderia descrever assim, com tanta alma, com tanto amor.

E é isso que me leva a ler Rui Conceição Silva. Os seus livros têm a nostalgia dos tempos idos, a voz das crianças de que todos fomos, e a saudade de um tempo sem fim.

Simultaneamente, o autor consegue abordar temas tão característicos da vivência portuguesa da segunda metade do século passado, o analfabetismo de quem trabalha os campos, sem necessidade de dar cor às letras, a simplicidade da vida, a pobreza extrema da gente que vive da terra, a imigração para as grandes cidades e a consequente desertificação do interior.

Está lá tudo. A história de uma família de pastores, pobre e humilde, e de um dos seus filhos que decidiu seguir o conselho do avó e procurar outras paragens. É também a história do homem que venceu na cidade, mas soube regressar à sua montanha em busca do perdão e encontrou uma vida mais simples e mais feliz.

A escrita de Rui Conceição Silva é uma delícia. Cada frase quase um poema. As suas personagens são infinitas. Dificilmente as esquecerei. Este é um livro que recomendo para uma leitura calma, num ambiente bucólico, com os pássaros a cantar e a ouvir o vento nas árvores.

Parabéns, Rui. Mais uma excelente obra!

P.S. Não posso deixar de mencionar a editora Visgarolho, da qual esta é a sua primeira publicação, e dar os meus parabéns pela excelência do seu trabalho. 

terça-feira, 15 de junho de 2021

Uma bela opinião do blogue de referência "A Biblioteca da João"

http://abibliotecadajoao.blogspot.com/2021/06/opiniao-rui-conceicao-silva-deste.html

Quem procura um livro assente nas raizes portuguesas e rurais, este é o livro certo. Rui Conceição Silva faz aqui um retrato do Portugal profundo, recorrendo a uma escrita exímia. É um deleite de ler!

Rodrigo é um jovem habitante de uma aldeia perdida no nosso mapa. Vive com o seu avô, os pais e os irmãos numa casa bastante pobre, reflexo da vida simples que levam. O seu destino está, à partida, traçado: seguir os passos do seu pai e ser o próximo pastor da família. E assim será, quando faz 12 anos, o pai começa a transmitir-lhe os seus conhecimentos, de como e para onde conduzir o rebanho. Assim que Rodrigo toma a seu cargo esta tarefa, percebe o quão grande é o silêncio e o isolamento inerentes a esta profissão, mas que ele aceita por desconhecer as alternativas. Até ao dia... em que um estranho homem, com o seu tambor, toca para ninguém no meio das montanhas. Incutido pela curiosidade, Rodrigo aproxima-se deste estranho sucessivas vezes até chegar à fala com ele. Descobre então que o Sr. João vive na cidade mas é ali, no meio do nada, que comunica com quem já partiu, através do seu tambor. Será também o Sr. João a despertar em Rodrigo a necessidade de procurar outra vida. Face a certos acontecimentos trágicos, Rodrigo decide largar tudo e rumar ao desconhecido, para a cidade grande. Mas será ele mais feliz no meio do barulho, do movimento, das pessoas que não se conhecem ou na “sua” montanha, embora totalmente isolado, mas acompanhado dos seus silêncios?

Este é um livro para ler devagar, porque a escrita assim o exíge. Exige ser apreciada! Cada frase foi meticulosamente construída, para formar um todo quase poético. Achei-a de uma beleza impar e que dá gosto ler. Se a forma é fantástica, o conteúdo não o é menos. Acredito que este tenha sido o retrato de vida de uma ou duas gerações atrás, os avós de hoje que nasceram nas lindas aldeias do nosso país mas que sentiram o apelo das cidades, acabando por contribuir para a desertificação do interior.

É uma história de vida, real, sem contos de fadas nem finais felizes. É um exemplo de vida de quem teve de deixar famílias para trás em busca de um sonho, que sofreu a distância e a culpa da ausência, em busca de melhor. Uma história muito verdadeira!

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Bonita opinião da leitora Célia, no Goodreads

Célia Gil escreveu:

Quando o Sol Brilha é um romance escrito por Rui Conceição Silva, um escritor português, nascido em 1963 em Figueiró dos Vinhos.
A ação decorre na Quinta dos jardins, em Granja dos Pardais, onde vive o narrador, Edmundo, a família, onde se inclui o pai de Edmundo, Felismino, também conhecido por Jardins, que deixou de reconhecer o próprio filho, a quem trata por vizinho e que passa os dias sentado numa cadeira à beira de uma janela, através da qual vê passar cavalos imaginários. Ficara assim desde que encontrou a mulher, Alice, morta na horta.
Numa linguagem metafórica e doce, onde perpassa a nostalgia de um passado perdido nas brumas da memória, o narrador relembra e conta-nos a sua vida. Os bons momentos da infância, da sua íntima relação com a natureza. Tornou-se uma pessoa triste, “refém da sua melancolia” quando, no fim da infância, aprendeu a “ler os rostos das pessoas”. Estudou apenas até aos dez anos, altura em que o pai o mandou pastar as ovelhas. Tinha um grande amor pelos livros e fazia-se acompanhar nos montes por livros que requisitava na biblioteca. A partir dos catorze anos, o pai arranjou-lhe emprego numa fábrica de fundição de vila velha. Casou com Evangelina e teve três filhos.
O narrador alterna histórias das pessoas da aldeia e a sua própria história pessoal, utilizando uma linguagem coloquial típica da região que retrata. É uma pessoa feliz.
Mas há um acontecimento na vida do protagonista que lhe vai roubar os sonhos e que o faz ver, pela primeira vez, os mesmos cavalos que o pai via e aos quais chamava de “os filhos do vento”. Este incidente despoleta incidentes tristes que vêm transtornar e transformar Edmundo, trazendo-lhe um sofrimento tão intenso que “todos os olhos morreram de lágrimas”.
Enternecedora e comovente. Nesta obra perpassa a dor, a angústia, a revolta que vem como um gélido silêncio, que não se evita, não se contorna, apenas para ser mais bonito.
Até que ponto este sofrimento pode arrastar o protagonista para o limbo ao ponto de deixarem de se reconhecer? Será que, após mergulhar neste sofrimento absoluto, é possível livrar-se da noite que lhe morava na alma? É possível que o sol volte a brilhar?
Esta é uma história que nos dói, porque, apesar de ficcional, a reconhecemos de histórias que presenciámos, pessoas que conhecemos, histórias que ouvimos contar e, por isso mesmo, com uma verosimilhança que a torna avassaladora.
Aconselho a leitura!

domingo, 13 de junho de 2021

Uma bonita opinião do blogue "Caderno Diário"

https://elsafilipecadernodiario.blogs.sapo.pt/quando-o-sol-brilha-46935

«Hoje terminei a leitura do livro de Rui Conceição Silva, "Quando o sol brilha". 

Conta a história de Felismino, o pai, e de Edmundo, o filho, e da família e das pessoas da aldeia. Fala-nos de um Portugal interior, um Portugal dos anos 60 e 70.

E conta-nos as desgraças sucessivas a que aquela família é sujeita, como lidam com elas e como depois de estarem quase a cair no abismo, se conseguem recuperar. O final não é um final feliz, porque faltam ali pessoas muito importantes. Edmundo e a mulher perderam um dos seus maiores bens e têm o coração destroçado, mas olham para o futuro que podem dar aos outros filhos, querendo sempre o melhor para eles.

É uma história comovente e ontem, quando lia uma das partes mais trágicas da história, dei por mim no parque do hipermercado, dentro do carro a chorar copiosamente. São assim os bons livros, trazem ao de cima as nossas emoções e ajudam-nos a lavar a alma.»

sábado, 12 de junho de 2021

Uma opinião menos positiva, do blogue "Por detrás das palavras"

https://pordetrasdaspalavras.blogs.sapo.pt/?skip=50

«Desde o momento em que aprendi a diferença entre o contar e o demonstrar que a leitura se tornou diferente para mim. Esta aprendizagem permitiu-me olhar para a histórias de outra forma e perceber melhor o porquê de alguns livros não funcionarem comigo. Quando o sol brilha fez-me perceber a importância do demonstrar para que uma história ganhe dimensionalidade para mim. É verdade que parti para a leitura com expetativas bastante elevadas. As pontuações e opiniões do Goodreads sugeriam uma boa leitura. Contudo, logo nas primeiras páginas senti que iria ter pela frente uma leitura exigente e que estava longe das promessas que antevi no Goodreads. Como deves perceber pelo meu primeiro parágrafo, este livro revela algumas fragilidades estruturais. O contar é aquilo que domina o livro e pouco espaço sobre para o demonstrar. As páginas em estilo relato sucedessem-se umas às outras. Pelo meio surgem diálogos, por vezes, artificiais; contruídos através de frases feitas que não representam as personagens deste livro. Não são frases de gente simples, de um Portugal demasiado rural e a sair de um período de ditadura que o desgastou. Há excesso de purple prose que torna a leitura frustrante e onde me arrastei na esperança de que as coisas melhorassem. Outro problema do livro é o seu foco, o seu objetivo. A minha sensação é que o escritor quis abraçar o mundo e acabou por se perder nele. As temáticas são flutuantes, os acontecimentos sucedem-se uns aos outros e os conflitos não são esgotados de forma a dar um propósito e uma orientação clara à história e às suas personagens. Temos um livro cujo início se centra quase em exclusivo na dinâmica de uma aldeia e das pessoas que lá vivem; depois aflora-se a história de Felismino e Alice, sem se aprofundar verdadeiramente as emoções e os acontecimentos; seguem-se as tragédias de Edmundo, um homem simples que gosta de ler, muito contadas e pouco demonstradas. Sendo uma narrativa cuja a ação decorre, maioritariamente, na década de 70, está demasiado despedia de contextualização Histórica. De referências que levem o leitor para aquele espaço, para aquele tempo e para aquele lugar. No final, elas aparecem de forma mais vívida, mas em grande parte do livro senti que poderia ser uma história passada numa qualquer aldeia do interior nacional na década de 90. Há uma enorme miscelânea de assuntos que o livro aborda: demência, luto, alcoolismo, saúde mental. Apenas faltou uma abordagem que esgotasse estes assuntos de uma forma mais realista e, no caso da saúde mental, mais respeitável e verdadeira. Na fase final do livro, há um conjunto de páginas cujo foco é a saúde mental. Confesso que a forma como o assunto foi tratado me revoltou. Achei as cenas pouco coesas e que ilustravam pouco o que era ser doente mental na década de 70. Além da saúde mental, há outro aspeto do comportamento de Edmundo que me pareceu demasiado normalizado. Não quero entrar em pormenores para não deixar spoilers, mas não achei o comportamento coerente com a situação nem com a personagem em questão. 
Desta leitura irei guardar a ruralidade presente em muitos dos momentos do livro. Viver num universo rural permitiu-me identificar com alguns aspetos e situações do livro. Há passagem que me remetem para as histórias que os meus avós, os meus pais e amigos da família partilhavam de como era viver numa aldeia mais interior nas décadas de 70 e 80.»

terça-feira, 23 de março de 2021

Uma bonita opinião, na Wook

Neuza escreveu:
 «Magnífico! Um dos melhores livros que já li: um misto de nostalgia, ternura,  tragédia e superação. Um ótimo retrato de uma família, de um povo, dos labirintos  da mente que tanta vez é posta à prova. Uma prosa ao mesmo tempo tão poética,  que nos faz refletir, sonhar e renascer a esperança! Para ler mais do que uma vez,  sem dúvida!»

domingo, 21 de março de 2021

Sugestão de leitura das Bibliotecas Escolares AE Albufeira

https://biblioaealbufeira.blogspot.com/p/viajar-nos-livros.html

«1883, Figueiró, uma terra perdida na imensidão das serras.
Joaquim, professor e narrador desta história, deixa um testemunho vivo das gentes da terra, num hino a Figueiró, a José Malhoa, a Manuel Henrique Pinto, aos caminhantes. É com eles que Joaquim descobre o lado bonito da sua terra, neste romance repleto de paisagens rurais.
O verdadeiro e eterno amor por Olinda nasce antes de a conhecer, apenas por ouvir a sua voz.

Este livro tem rasgos camilianos de Amor de Perdição e Queirosianos, pelo realismo, pelas tertúlias dos caminhantes, pela magnificência das descrições... Desperta- nos para o valor do que não é imediato e convida-nos a parar e escutar, salientando a importância do que nos falta viver... antes que seja tarde demais.»

terça-feira, 16 de março de 2021

Uma bonita opinião, no instagram

livros.da.mezinha escreveu:

«Terminei hoje de o ler. Quase chorei nalgumas partes. Este livro foi bonito e ao mesmo tempo dolorosamente realista. Fala-nos de um rapaz, Joaquim, professor de escola primária, que apesar de adorar Figueiró dos Vinhos, e admirar a beleza escondida da sua terra, vive dias aborrecidos, ansiando por pessoas ou acontecimentos que mudem a monotonia diária. Narrado em primeira pessoa, tem lindas descrições da natureza em Figueiró dos Vinhos e arredores e da vida quotidiana em aldeias no centro de Portugal no final do século 19. Gostei muito do final. Parabéns ao autor. Fiquei agora com muita vontade de conhecer Figueiró.»

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Bonita opinião da leitora Delfina, no goodreads

Delfina Velez escreveu:

A capa e o título não se adequam ao conteúdo. Poderíamos pensar que é mais um daqueles livros receita, sempre mais do mesmo, ao jeito de Nicholas Sparks, mas não! Este livro merece uma leitura atenta. Rui Conceição Silva merece algum protagonismo por este trabalho. Aqui está a prova de que não se deve julgar um livro pela capa.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Mensagem no Facebook

Samuel Brás escreveu:

«Posso dizer que foi dos livros que mais gostei até hoje, por isso decidi que tinha que lhe escrever a dar os parabéns por tal obra. Deveras muito tocante e emocional! É bom saber que ainda se escreve como os grandes mestres do passado! Espero ler em breve o seu segundo livro.»

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Uma bonita opinião, da escritora Ana Simão

«Confesso que ainda não tinha lido nada deste escritor. O livro “Dei o Teu Nome às Estrelas” foi uma agradável surpresa. Com descrições de cenários bucólicos lindíssimos o autor levou-me pela mão até Figueiró dos Vinhos numa história passada em finais do Século XIX e Séc. XX. De referir a homenagem que faz à sua terra e ao pintor José Malhoa, natural das Caldas da Rainha e que decidiu viver os seus últimos dias em Figueiró. Todos os locais descritos são reais pois encontrei-os todos nas pesquisas que fui fazendo na Internet. Isto confere ao livro uma verossemelhança incrível. A mestria da narrativa de Rui Conceição Silva é sublime e muito poética sem descurar o contexto social e político de uma época. Simpatizei com as personagens principais como o mestre-escola Joaquim e Olinda, ambos vítimas de um Portugal obscuro e atrasado. Uma linda história de amor com um final inesperado em que o Amor acaba por vencer. É um livro para guardar e voltar a reler.
Parabéns Rui Conceição Silva.»

sábado, 16 de março de 2019

Bonita opinião da leitora Ana Paula, no Facebook

«Adoro ler, sempre adorei! Leio imenso, compro livros, requisito na biblioteca... Os meus filhos também!  
Este foi um livro que eu não só li, como saboreei as palavras!
Entrei dentro do livro e vivi com os figueiroenses, fui na embarcação com o Joaquim e chorei imenso. 
Fui uma caminhante. Percorri todos esses caminhos... Que livro encantador! 
Não se pode ler depressa para não se perder as palavras, nem os amigos. 
Recomendo a todos os amantes de livros que não percam esta obra admirável aos nossos sentidos.»

Bonita opinião da leitora Sara, no Goodreads

«Romance de época repleto de paisagens rurais portuguesas.
Este livro merecia mais tempo de antena. O autor escreve lindamente, o livro está repleto de frases bonitas, quase tive vontade de marcar uma em cada página.
Um amor verdadeiro aliado a descrições lindíssima das paisagens portuguesas.
Cada vez damos menos valor ao que não é imediato, ao que nos faz parar e escutar. Andamos enleados no stress dos dias... incapazes de dar valor à natureza que nos rodeia, ao tempo que nos falta viver e que não damos por ele passar... quando um dia poderá ser tarde demais.
Adorei as personagens e a voz que o autor decidiu dar destaque. Uma personagem melancólica e lúcida que se entregou ao destino, não deixando de ser fiel às suas convicções.
Recomendo muito.»

terça-feira, 31 de julho de 2018

Uma bela opinião do blogue de referência "A Biblioteca da João"

 http://abibliotecadajoao.blogspot.com/2018/07/opiniao-rui-conceicao-silva-dei-o-teu.html

Aqui está um livro que me surpreendeu pela positiva! Confesso que não acho a sua capa muito apelativa, mas a sinopse interessou-me e, depois de ler opiniões positivas e de ter tido a oportunidade de conhecer o autor na Feira do Livro deste ano, não podia deixar de o ler. Ainda bem que o fiz! Numa narrativa cuidada, Rui Conceição Silva conta-nos parte da história de Figueiró dos Vinhos, no final do século XIX e início do século XX.
Bem escrito, com personagens bastante interessantes, embora eu não tenha a certeza se são reais ou baseadas em pessoas reais (o autor fala sobre José Malhoa e Manuel Henrique Pinto, dois pintores consagrados que descobriram a beleza daquele local e e acabaram por terminar a sua vida lá).
A história é narrada na primeira pessoa, por Joaquim, o professor da aldeia, desde que era jovem adulto até à sua velhice. Ao longo destes anos, vamos conhecendo a sua vida em simultâneo com a de várias pessoas da aldeia. Vamos acompanhar o seu amor impossível por Olinda, que também o ama, mas que já foi prometida a outro homem em troca da cobrança de uma dívida do pai dela. Fala-nos das paisagens, da vida no campo, dos sons e das cores (as cores que tanto encantaram José Malhoa) e das inúmeras caminhadas que Joaquim fez com os seus amigos pintores. Achei muito interessante como o autor incluiu na narrativa algumas invenções da época, como o telefone ou o automóvel.
A leitura deste livro é uma viagem calma e suave que me proporcionou horas de leitura muito agradáveis. Por curiosidade fui pesquisar sobre algumas obras de José Malhoa e da casa que acabou por construir e denominou de "O Casulo". Tudo existe e é deveras interessante. Este é um livro para desfrutar e conhecer um pouco do nosso interior que tanta riqueza tem para oferecer.

Uma bonita opinião do blogue de referência "As Horas... que me enchem de prazer"


Neste segundo livro para o projecto Ler os Nossos, no desafio "Um autor português recomendado por alguém", não posso deixar de agradecer à Sílvia A. Reis (O Dia da Liberdade / Boas Leituras - O Dia da Liberdade). Não fosse ela e, provavelmente, não iria chegar a esta leitura.  Quase toda a história decorre num ambiente rural, onde as existências se levam com diminutos percalços. Como é típico, a taberna é o centro de convívio e a população dedica-se a labores marcadamente manuais devido à sua parca instrução. O quotidiano não é de abundância, mas a fome não se faz sentir.  Edmundo surge como o mais reflexivo desta sua comunidade - concluiu a quarta classe, quem diria -, ainda que não ostracizado por tal. Escudando-se na sua natureza melancólica, está resignado a operário para subsistência sua e da família, e a leitor nas horas vagas, aquilo que realmente o compraz. Desde jovem encontra nos livros um refúgio para o seu espírito curioso e aventureiro que as condicionantes não libertaram. Talvez por essa necessidade de ver outros mundos, eu passava muitos fins de tarde sentado ao lado do meu pai a ler um dos livros que costumava trazer da Biblioteca Municipal da vila velha. 

"Apesar de ser um simples operário, eu gostava de ler livros e de viajar com eles pelo mundo fora. De escutar as personagens falando sozinhas ou umas com as outras, quase como um espreita ou um companheiro secreto escondido atrás de uma cortina invisível, ouvindo-as sem nada dizer. Às vezes, queria falar com elas, chorar ou rir com todas, entrar nos livros como um amigo ou um justiceiro implacável. Queria muito pertencer a todos os livros, figurar neles como parte da vitória ou da ruína. Quando lia, absorvia bocados de bom silêncio, interrompidos apenas quando a minha mulher me chamava para cear ou quando o meu pai me falava dos cavalos imaginários, dos filhos do vento."  (p. 29)

Constitui família com Evangelina na quinta dos pais, próxima da aldeia - a quinta do Jardins, a aldeia de Granja dos Pardais, a vila velha e a cidade nova: denota-se o contraste entre as ambiências sociais e económicas de um povoado profundamente ruralizado para o mundo urbano e industrializado, onde o progresso não dá tréguas.
Após a morte da mãe, o pai, Felismino Jardins, sofre pelo fim do seu grande amor e vive em alheamento. Ainda assim, é um ser pacífico que apenas se agita aquando da visita dos "seus" cavalos, uma doce memória do passado que agora o conforta.
A narrativa compreende um período de mudança, de momentos críticos para o protagonista. É ele quem, de viva voz, os conta em puro despojamento e, desde o início, pressente-se uma carga emocional pesada que a natureza enquadra, reflectindo os estados de espírito. No reverso da medalha encontrar-se-á, enfim, o perdão, o consolo, a resiliência, curiosamente sempre associados ao universo feminino. Quando a vida não o permite, procurar compreensão e concretização naqueles que nos estimam, pode ser a melhor via para não cair no desânimo derivado da perda.
A leitura sucedeu-se célere pela pronta empatia que senti pelas batalhas desta família no limiar do abismo. O seu final não me agradou por completo, no seio de tanta dor veio-me a incredulidade por se chegar a algo de aparência demasiado fácil. Ainda assim, na sua totalidade, é uma história inspiradora e de realidades palpáveis que não deixo de recomendar. Mais do que tantos livros de auto-ajuda que infestam os escaparates, acredito que sejam histórias como esta, ficcionais ou não, que modificam visões e ajudam à reflexão sobre o que somos e o que queremos ser.
Deixo o alerta: não leiam a sinopse presente na contracapa do livro. Felizmente não o fiz, ou teria a leitura definitivamente arruinada por tantos spoilers, por isso, para o início desta opinião, não deixei de procurar um texto diferente.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Uma bela opinião, num blogue literário de referência "As Leituras do Corvo"

http://asleiturasdocorvo.blogspot.com/2018/06/dei-o-teu-nome-as-estrelas-rui.html

Joaquim é um homem solitário numa terra onde domina a tranquilidade e onde as redes do progresso estão ainda a décadas de distância. Mas a tranquilidade de Figueiró dos Vinhos estende-lhe novas possibilidades com a chegada de um grupo de pintores com quem cria amizade. Começam assim os seus dias de glória - glória essa que aumenta ao escutar pela primeira vez o canto de uma voz encantadora. A dona da voz é Olinda e rapidamente lhe arrebata o coração. Mas Olinda está prometida a outro homem e aqueles são tempos em que a vontade de uma mulher não tem peso. Principalmente quando há dívidas e interesses a defender...  Com uma considerável componente descritiva e muito espaço para a introspecção e para os meandros dos conflitos e dilemas interiores, este é um livro de ritmo relativamente pausado, mas que, aliando uma escrita belíssima a uma história cujo poder se revela aos poucos, cativa desde muito cedo e nunca deixa de surpreender. Primeiro, pela beleza das palavras e pelo recuo a um passado tão amplamente caracterizado. E depois pela forma como amor, amizade, ligações familiares e o simples afecto que liga uma pessoa ao seu lugar no mundo fazem com que a história de toda uma vida possa fluir como de instantes se tratasse.
É uma história que vive tanto do interior - dos pensamentos, das decisões certas ou erradas, das emoções, das dúvidas e das percepções que se criam do mundo e daqueles que o povoam - como das acções exteriores. Tão importantes como as aventuras dos pintores, como a aproximação a Olinda e como os desenvolvimentos - felizes e amargos - desta história de amor, é o impacto que cada um destes elementos tem na vida interior do protagonista. Vida essa que é vastíssima, demorando-se em pensamentos e expressões de emoção moldadas ao ritmo da solidão. E há uma estranha beleza em tudo isto, pois, muitas vezes, o que se vive por dentro não transparece no exterior, pelo que, ao contar a história desta forma, o autor relembra as complexidades insuspeitas que, às vezes, se escondem nos labirintos da alma humana.
Não é uma leitura compulsiva. As longas descrições, a caracterização pormenorizada do ambiente e do contexto e as longas instrospecções do protagonista - introspecções que, por vezes, parecem traçar círculos completos entre um ponto e o seguinte da sua vida - exigem um certo tempo e concentração para que todos os pormenores sejam assimilados. Mas há na escrita uma tão cativante poesia que a leitura nunca se torna aborrecida. E mesmo quando as ideias se repetem - pois a vida de Joaquim parece levá-lo repetidamente ao encontro daquilo que mais o define - a história nunca se torna cansativa, pois há sempre um motivo para esses pensamentos e divagações.
No fim, fica a sensação de se ter viajado ao passado, caminhado com os mestres e assistido a uma história de amor que, não sendo fácil nem limpa, é precisamente por isso mais real. Cativante, surpreendente e magnificamente escrito, um romance que leva o seu tempo - mas que merece cada instante. 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Uma linda opinião no Goodreads

Lídia Craveiro escreveu, no Goodreads: 

«Que linda história de Amor, do século dezanove/vinte. Há mesmo muito tempo que não lia um livro tão ao estilo de Camilo Castelo Branco, e que bem que me soube.
Viajar por Figueiró pelo olhar de Joaquim Matheus, José Malhoa - sim, o pintor - e outras personagens que o autor tão bem colocou no enredo, foi uma bênção para a alma. Parabéns ao Rui Conceição Silva.»

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Mais uma bonita opinião, no blogue de referência "Manta de Histórias"

https://mantadehistorias.blogspot.pt/2018/04/dei-o-teu-nome-as-estrelas-opiniao.html

«Será que alguém pode ficar apaixonado, só ouvindo uma melodia da voz, sem ver a pessoa em questão?... e daí nascer um amor para sempre?
É o que acontece à personagem principal deste romance. E pelo caminho da vida vai encontrando outras paixões. A paixão pelos rios, as montanhas, a natureza, os cavalos, a charrete, os empedrados da rua, os caminhos de terra batida, a arte... a paixão pela terra que o viu nascer.
Mas será que a terra que o viu nascer, também o verá morrer? Isso os leitores terão que descobrir.
Eu rendi-me a esta leitura. Apesar de ser muito descritiva, fiquei envolvida e a imaginar cada lugar, cada personagem.
É uma história que fará soltar algumas lágrimas, em quem formais sensível. Não chorei mas faltou pouco.
Ao começar a leitura parece que aborrece, lá pelo meio do livro fiquei deslumbrada, antes do final, esfriei, ao pensar comigo, qual será o fim? Se já não pode ser um feliz para sempre?
Mas estava totalmente enganada, de todos os livros que já li, este é o final que mais de acordo eu estou, e que dá um sabor muito especial à história.
Algumas partes da história roubaram-me alguns sorrisos, com palavras pouco usuais. Entre muitas aqui deixo uma, e, com ela, faço uma «brindadela» ao autor.
Fico com vontade de visitar os lugares descritos.

Uma bonita opinião do blogue 'Guerra dos Livros'

http://guerradoslivrosblog.blogspot.pt/2018/02/leitura-62018-dei-o-teu-nome-as-estrelas.html

«Esta leitura foi um pouco diferente das que costumo ler. Achei muito parecido com os livros de Camilo Castelo Branco. Dei o teu nome às estrelas é um romance tipicamente português. Podia ter sido a história dos nossos avós. O livro retrata também a diferença entre classes e sobretudo entre homens e mulheres, da importância dos grupos associativos e da importância de ler. Joaquim é um professor que se apaixona pela dona de uma voz maravilhosa e que apesar de ser correspondido, não será um amor feliz. Uma leitura calma e realista.»

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Mais uma bonita opinião, da escritora Letícia Brito

http://leticiabritoescritora.blogspot.pt/2018/04/dei-o-teu-nome-as-estrelas-de-rui.html

«Se há livros que me encantam magistralmente são os romances, sem dúvida alguma, embora leia de tudo um pouco e os thrillers psicológicos tenham grande destaque nas minhas estantes. O romance continua a ser O Género, se me faço entender! 
Quando peguei neste livro, o meu encanto prendeu-se na capa - bastante simples e simultaneamente apelativa - e no título - este último sugeria que o romance seria dentro de um registo «light» mas conhecendo a escrita do autor Rui Conceição Silva, escorreita e um tanto poética, logo me surpreendi com a profundidade desta obra.
Nas primeiras páginas, o autor dá-nos a conhecer as terras de Portugal, dá-nos um maravilhoso retrato do século XIX, das gentes, dos costumes... O que torna a leitura bastante interessante pelo conhecimento que nos transmite.
Mais adiante, a história ganha outra intensidade, ora, Joaquim é o mestre-escola da terra, solitário e maravilhado pelos livros. É um verdadeiro mestre das palavras, e isso é notório nos próprios diálogos que tem no decorrer da narrativa - uma narrativa, por sinal, bem estruturada e bem cuidada. 
Joaquim apaixona-se por Olinda, no entanto, num Portugal retrógrado nem todos os amores se concretizavam com a facilidade dos dias atuais... 

Uma mensagem bonita sobre os caminhos do amor, uma história doce e profunda que vale a pena ser lida por todos!»