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segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Bonita opinião no blogue, e página do Instagram, Biblioteca Mil

Mónica Mil-Homens escreveu:

Comovente, a "puxar à lágrima" e nostálgico. A beleza com que o Rui escreve já é tão natural, tão habitual que sabemos que vamos ter um romance maravilhoso mesmo antes de o lermos. Uma estória tal como tantas outras, passadas no Portugal profundo da década de 40 do século XX, com um rol de personagens que nos envolvem na narrativa desde o primeiro segundo e nos emocionam, nos fazem sentir profunda empatia, ou até diria em em algumas passagens, tristeza, por sabermos que era assim que se vivia em Portugal e que os nossos pais e avós passaram por isto (pelo menos os meus). Onde ser criança não era possível, onde a miséria e a luta constante do trabalho no campo desde tenra idade tornava as pessoas mais brutas, mais amargas e com mais demónios. Como devem calcular, existiam os ricos, para quem os pobres dos campos trabalhavam e esses senhores com posses "dominavam" toda uma aldeia, toda uma região e a palavra deles era lei, mas Estrela, Ricardo e Teotónia vão mostrar que as coisas podem ser sempre passíveis de serem mudadas e que para sermos realmente felizes, emocionalmente felizes, é preciso tão pouco. Recomendo muito esta leitura, com um enredo bem pensado, uma escrita maravilhosa e que nos faz dar graças por não termos vivido naquela época, onde até os sonhos nos queriam roubar e fazer desistir.  

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Bonita opinião da leitora Mónica, no goodreads e no instagram

Mónica Mil-Homens escreveu, no seu blogue http://bibliotecamil.wordpress.com/2023/05/17/opinioes-abril-2023:

Eu nem sei bem por onde começar a escrever. Ou o que escrever. É uma leitura tão linda, tão meiga e tão dura ao mesmo tempo, tão terra a terra, tão tudo. Rodrigo o protagonista leva-nos numa maravilhosa narrativa da sua vida desde tenra idade, e ambicionando muito mais do que ser pastor numa Montanha isolada de tudo (tempos em que estudar era um luxo e desde tenra idade o destino era trabalhar para sobreviver) segue o caminho que passo a passo lhe vai sendo indicado tanto pelo avô , um sábio senhor conhecido como o Celtibero como por um misteriosos homem que encontrou na montanha a tocar um tambor de forma diferente. Como todas as crianças, cria laços na escola primária com um grupo de rapazes e vive aventuras mágicas e conhece uma rapariga que o encanta como mais nenhuma. Com apontamentos místicos e de seres ancestrais, de vida após a morte, da morte em si e da tragédia que o Ultramar trouxe a tantas famílias, sendo que Rodrigo perde o irmão mais velho para essa guerra (o meu pai e o meu tio dos quais sou cuidadora são ambos ex combatentes e voltaram vivos mas com histórias horríveis para contar e outras tantas que guardam só para eles), retirei desta narrativa que só sabemos aquilo que é realmente importante e nos faz feliz quando perdemos. E o Rodrigo, tanto quis sair da Montanha, mas na realidade a Montanha nunca saiu dele e a felicidade encontra-se onde nos sentimos em casa, onde nos sentimos em paz.
Rui Conceição Silva, OBRIGADO por esta história linda, mais uma vez a qualidade dos autores nacionais a destacar-se e queria mesmo muito que cada vez mais lhes dessem voz e o reconhecimento devido.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Bonita opinião da leitora Mónica, no goodreads e no instagram

Mónica Cabral escreveu:

"Talvez os caminhos da vida sejam assim, feitos de boas e de más coincidências. De destinos que esperam por nós, se tivermos vontade de percorrer os caminhos tortuosos da vida e se conseguirmos contrariar as solidões em que nos afundamos. Porque sempre haverá uma luz que nos aguarda, em cada dia que nasce, apesar das sombras que trazemos no peito."

O nosso narrador, Rodrigo, vive com a família numa velha cabana isolada da aldeia onde aprende a crescer muito rápido e a ver os seus sonhos a esfumarem-se.

Através de uma narrativa intimista, Rui Conceição Silva, leva-nos até à montanha para conhecermos a infância de Rodrigo que foi duramente marcada pela morte do seu irmão mais velho Carlos na Guiné em plena Guerra do Ultramar, a relação mágica que tinha com o avô Josué que lhe ensinava a escutar os pássaros e a "escutar" o silêncio da montanha, os anos que passou na escola primária onde aprendeu a ler e a escrever, e onde se apercebeu que a leitura é a porta para novos mundos e finalmente leva-nos até ao dia em que um acontecimento extremamente traumático leva Rodrigo a virar as costas à família e à sua aldeia e partir para a cidade grande em busca de uma vida melhor .

Este é um livro sobre afectos, amizade, relações familiares, morte e sobre a enorme diferença entre a vida na aldeia e a vida na cidade e como por vezes não conseguimos apagar completamente o nosso passado e as nossas memórias, mesmo as mais dolorosas.

Deste Silêncio Em Mim tem uma escrita soberba, melancólica e muito poética que me encantou e me emocionou, um livro lindíssimo!